quinta-feira, 26 de maio de 2011

Peito da Mulata

Esta receita é trabalhosa e maravilhosa.....
O problema é só o ciúme do marido.

PEITOS DA MULATA
Ingredientes
Ovos nevados tradicionais:

- 1 litro de leite integral
- 6 claras
- 6 gemas
- 12 colheres (sopa) de açúcar (cheias)
- 3 gotas de essência de baunilha

Outra sugestão de ovos nevados:

- 1 litro de leite
- Açúcar a gosto
- 6 gemas
- 6 claras
- 1 lata de leite condensado
- 1 colher (sopa) de amido de milho
- Baunilha a gosto
- Canela em pó polvilhar

Calda de chocolate

- 200 g de chocolate ralado (ao leite ou meio amargo)
- 1 lata de creme de leite com soro
Modo de Preparo
1) Ovos nevados tradicionais:
Bata as claras em neve até que fiquem bem firmes. Acrescente, uma
a uma, as 6 colheres de açúcar, continue batendo até obter um
suspiro. Coloque o leite para ferver, abaixe o fogo e cozinhe as
claras em neve, colocadas em colheradas.

Deixe 15 segundos de cada lado, vire com cuidado para não
quebrar. Após o cozimento retire com uma escumadeira e coloque em
uma travessa. Reserve.

Bata as gemas com as outras 6 colheres de açúcar e a essência de
baunilha, até que forme um creme.

Desligue a batedeira, acrescente o leite do cozimento e leve ao
fogo para engrossar, mexendo sempre, sem deixar ferver. Retire do
fogo, continue mexendo até que esfrie (mexa para não talhar).

1) Outra sugestão de ovos nevados:
Bata as claras em neve em ponto de suspiro e reserve. Ferva o
leite com o açúcar a gosto, abaixe o fogo, coloque as claras em
neve em colheradas , deixe 15 segundos e retire com auxílio de
uma escumadeira. Coloque em um travessa. Reserve.

2) Acrescente ao leite do cozimento o leite condensado, as gemas
passadas pela peneira, o amido de milho, a baunilha e leve ao
fogo para engrossar. Desligue o fogo.

Coloque o creme numa travessa e arrume as claras por cima

3) Esquente o creme de leite em banho-maria e acrescente o chocolate em raspas.
Coloque por cima das claras. Leve para gelar.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Mosteiro de São Bento - altar em ouro.
Adoro esta cidade, suas igrejas, sua história e ritmo de vida do passado!!!!! A Paz do mosteiro das Índias.




Praça da Preguiça



Igreja da Sé

Igreja Nossa Sra. das Graças e o Seminário de Olinda

A formação da brasilidade alimentar

Para que gosta de comida e história, achei este texto bem interessante.
Ele foi publicado no jornal da USP.
Diante dessa “penúria alimentar”, os portugueses instalados na colônia tiveram de fazer adaptações para garantir sua sobrevivência. Assim, passaram a apreciar o tatu e a paca, comparados ao coelho europeu, e a comer pombas, melros e urus, cujo gosto se assemelhava ao das perdizes. “Muitas frutas que se apresentavam estranhas aos olhos do estrangeiro, como a jaca, o abacaxi e o caju, passaram a fazer parte da mesa colonial.” Num segundo momento, diz Rosemeire, essa adaptação consistiu na substituição dos ingredientes europeus pelos nativos. Ao invés de maçã, usava-se a banana para fazer tortas e mingaus. O mamão verde e o coco faziam as vezes da maçã, da pera e do pêssego, enquanto a jabuticaba e o amendoim substituíam a cereja e a ameixa.
A mistura de elementos europeus, africanos e indígenas na cozinha colonial deu origem a pratos até hoje servidos nas mesas brasileiras. Na tese, Rosemeire conta que, em meados do século 17, os portugueses trouxeram da África para a colônia uma planta que se adaptou rapidamente ao ambiente e se espalhou por todo o nordeste brasileiro. Uma novidade para os europeus, que dela extraíam o óleo para usar como combustível, a planta já era velha conhecida dos negros africanos, que a utilizavam na culinária — era o azeite-de-dendê. “Daí para frente foi muito simples: as negras e os negros que trabalhavam na cozinha dos senhores de engenho só tiveram que adaptar ao paladar dos senhores as preparações com pitadas africanas”, escreve Rosemeire, lembrando que, ao ser introduzida na cozinha da casa-grande, a negra deu origem a uma comida “misto de portuguesa e africana”. “Hoje, o azeite-de-dendê é, talvez, o ingrediente mais importante da culinária dita africana no Brasil.”
Como aconteceu nas fazendas produtoras de açúcar, nas regiões das minas a adaptação às condições de alimentação também gerou pratos agradáveis ao paladar do brasileiro do século 21. “Os portugueses, radicados nas regiões mais centrais da colônia, acabaram apresentando, na obtenção de seus gêneros alimentares, algumas características indígenas”, revela Rosemeire. “A cozinha passou a compor o prato dos ‘mineiros’ com alimentos resistentes, fáceis de serem cultivados sem muito trabalho na agricultura, além das carnes salgadas.”
Entre esses alimentos estava a mandioca, consumida na forma de farinha. Com ela, os mineiros aprenderam a fazer todas as preparações indígenas à base de mandioca, como beiju, biscoito, bolo, mingau e pirão. O milho servia para preparar pipoca, curau, pamonha, cuscuz e canjica, além do fubá — o milho seco finamente ralado, com que se fazia o angu. “Esse cozido, o angu, representa até hoje um dos pratos mais típicos de Minas Gerais, sendo apreciado de várias maneiras.” Já a couve, consumida refogada só rasgada, pura ou dentro do angu, era a única verdura apreciada pelos mineiros do século 17. Hoje, é outro prato típico de Minas, conhecido até como “couve à mineira”.
Um trecho da tese de Rosemeire é dedicado ao intercâmbio de alimentos entre a colônia portuguesa na América e outras regiões do planeta, que também contribuiu para a formação dos hábitos alimentares do Brasil colonial. A autora conta, por exemplo, a trajetória do café, produto de que o Brasil se tornaria, no século 19, o maior exportador do mundo. Fruto da Coffea arabica, uma planta originária das montanhas da Abissínia, na Etiópia, o café foi levado dali para a Arábia, onde os grãos eram torrados e fervidos na água para ser consumidos. Da Arábia ele passou para o Cairo e alcançou Constantinopla. Ali ele foi adquirido por comerciantes venezianos, que o levaram para a Itália. Em Veneza o café ganhou sua forma definitiva: “Os italianos não gostavam de comer a borra do café turco. Pensaram que talvez fosse possível separá-la, por meio de um tecido ou filtro. Nascia o coador de café. Daí para frente, na forma de bebida revigorante, ganhou o mundo.”
A colônia também deu sua contribuição para o mundo na arte culinária. Comerciantes portugueses e espanhóis transportaram para a Europa e a Ásia produtos como o milho, a batata-doce, o tomate e a mandioca, que se tornaram elementos básicos das cozinhas de vários países. “Contudo, dentre todos os alimentos oriundos das terras americanas, os mais importantes talvez sejam a batata e o cacau.”


Rosemeire: a trajetória da culinária brasileira





http://www.usp.br/jorusp/arquivo/2002/jusp599/pag06.htm

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O mapa Mário Quintana

Este poema é para um amigo que vive esta dor no momento:



Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...

(E nem que fosse o meu corpo!)

Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...

Ha tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Ha tanta moca bonita
Nas ruas que não andei
(E ha uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)

Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso

Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso...
 

quinta-feira, 19 de maio de 2011

MULHER Carlos Drumond de Andrade

Para entender uma mulher
é preciso mais que deitar-se com ela…
Há de se ter mais sonhos e cartas na mesa
que se possa prever nossa vã pretensão…

Para possuir uma mulher
é preciso mais do que fazê-la sentir-se em êxtase
numa cama, em uma seda, com toda viril possibilidade… Há de se conseguir
fazê-la sorrir antes do próximo encontro

Para conhecer uma mulher, mais que em seu orgasmo, tem de ser mais que
amante perfeito…
Há de se ter o jeito certo ao sair, e
fazer da saudade e das lembranças, todo sorriso…

- O potente, o amante, o homem viril, são homens bons… bons homens de
abraços e passos firmes…
bons homens pra se contar histórias… Há, porém, o homem certo, de todo
instante: O de depois!

Para conquistar uma mulher,
mais que ser este amante, há de se querer o amanhã,
e depois do amor um silêncio de cumplicidade…
e mostrar que o que se quis é menor do que o que não se deve perder.

É esperar amanhecer, e nem lembrar do relógio ou café… Há que ser mulher,
por um triz e, então, ser feliz!

Para amar uma mulher, mais que entendê-la,
mais que conhecê-la, mais que possuí-la,
é preciso honrar a obra de Deus, e merecer um sorriso escondido, e também
ser possuído e, ainda assim, também ser viril…

Para amar uma mulher, mais que tentar conquistá-la,
há de ser conquistado… todo tomado e, com um pouco de sorte, também ser
amado!”

Carlos Drumond de Andrade