segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Igrejas no meu caminho

Sempre tive interesse por igrejas, não só como católica que sou, mas também pela beleza das construções e o papel histórico na formação dos povoamentos no Brasil. Dai surgiu uma mania de sempre fotografar igrejas por mim visitadas. Algumas pessoas fazem pedidos. Eu tiro fotos. De algumas, quando tive a sorte de encontrá-las abertas, vou colocar as fotografias das partes internas, dos altares e dos santos. De outras apenas fotos da fachada. Sempre procurarei dizer o nome da igreja, sua localização e a data aproximada da fotografia.

Resolvi também trazer um pequeno resumo de minhas pesquisas sobre a história e arquitetura religiosa no Brasil. O texto a seguir pretende apenas ajudar na apreciação das fotografias a aqui postadas.

 A ARQUITETURA RELIGIOSA

A arquitetura do período colonial, que marca os primeiros momentos da ocupação européia no território brasileiro, tem como uma de suas mais importantes características a simplicidade.  As condições de vida nos povoamentos nos dois primeiros séculos, e a carência de meios materiais e recursos humanos, não nos permitiram grandes estruturas arquitetônicas aos “moldes europeus”.

A importância do papel que as ordens religiosas - jesuítas, beneditinos, carmelitas, franciscanos – desempenharam na ocupação das terras brasileiras, pode ser percebida na herança física deixada por suas obras arquitetônicas que pontuam e se destacam na paisagem, em especial, na escolha do local onde construíam seus templos, sempre implantados em pontos estratégicos, nos topos das colinas, em situação de dominância do território.

A igreja-matriz, geralmente situada em posição privilegiada nas primeiras vilas (conjunto de freguesias, mais sede urbana) e depois nas cidades, exercia um duplo papel, sediando os ofícios religiosos, e guardando os principais registros da vida civil da freguesia – certidões de nascimento, casamento, óbito; tendo também uma função de vigilância do território.

Em decorrência dessas múltiplas funções, observa-se que, nos três primeiros séculos do Brasil Colônia, as construções religiosas, no âmbito urbano e rural, evidenciavam-se na paisagem intencionalmente, como um imponente e explícito discurso de sua autoridade.

A organização territorial assim produzida, formada pela igreja-matriz e as capelas subordinadas, serviu perfeitamente às conveniências do poder civil que, com freqüência, dela se apropriou para a administração dos primeiros povoamentos.

Em torno da igreja-matriz, também era comum a realização de feiras, quermesses, festas diversas, polarizando a vida social. Na proximidade desses prédios, instalaram-se os primeiros pequenos comércios, ranchos, moradias, formando arraiais.

Esse papel da Igreja na produção do espaço arquitetônico e urbanístico do Brasil-colônia foi apenas um aspecto da influência que ela teve na formação da nacionalidade brasileira. A Igreja esteve à frente da educação, da cultura, da catequese e da assistência social – agente fundamental do método católico de colonizar.

Os primeiros templos religiosos construídos no Brasil seguiam o estilo tardo-renascentista ou maneirista português (séculos XVI-XVII). Esta estética caracteriza-se pelas fachadas compostas por figuras geométricas básicas, frontões triangulares, janelas próximas ao quadrado e paredes marcadas pelo contraste entre a pedra e as superfícies brancas, de caráter bidimensional. A decoração é escassa e circunscrita em geral aos portais, ainda que os interiores são ricos em altares, pinturas e azulejos.
Assim, as primeiras igrejas brasileiras tiveram nave e capela-mor de planta retangular, com uma ou três naves, janelas simples e uma fachada retangular ou quadrada encimada por um frontãotriangular, podendo ter uma ou duas torres laterais. Ao longo do século XVII aparecem frontões adornados com volutas de caráter maneirista.
Ao longo do século XVIII, a esmagadora maioria dos edifícios religiosos no Brasil continuaram utilizando as rígidas plantas ligadas ao estilo maneirista chão, com naves e capelas de forma retangular ou quadrada, sem nenhum tipo de movimentação como plantas curvas ou poligonais. Em todo o Brasil colônia, não chegam a vinte o número de igrejas com plantas barrocas que se afastam do esquema chão tradicional. Estas igrejas se localizam em umas poucas localidades: Recife e Salvador, com um exemplar cada uma, e Rio de Janeiro e algumas vilas em Minas Gerais, com os restantes.
Nas demais igrejas do século XVIII, o estilo barroco ficou restrito aos motivos decorativos de fachadas e interiores, com muitos exemplares por todo o Brasil.

Não deixem de ler os textos completos nos seguintes endereços:

domingo, 12 de janeiro de 2014

Doces dos Conventos de Portugual

Adoro associar comida com história. Acho que o sabor da comida é maior quando vem recheado de tradição. Depois de muita procura consegui adquirir este livro:



Aqui vai um pouco da pesquisa que fiz sobre o livro:

O Historiador e Antropólogo Alfredo Saramago é um dos mais importantes nomes mundiais quando o assunto é a história da alimentação.Autor de diversos livros, a maioria dedicada à cozinha e história do Alentejo.

Segundo o autor, em Portugal, temos uma riqueza doceira muito grande. Há uma doceria popular e uma de convento. A doceria popular é mais pobre, contando com menos açúcar e menos ovos, mas com grande influência árabe, onde o mel e o azeite funcionam muito. A doceria de convento é uma coisa completamente diferente. Os conventos que existiam em Portugal eram ricos. E por que ricos? Porque eram as segundas filhas dos casamentos que iam para os conventos. Normalmente, as famílias só davam dote para uma filha, a segunda tinha um dote menor e preferia ir para um convento e não casar, porque tinha uma vida mais divertida no convento. Um exemplo disso, em Évora, é o Convento da Conceição. Foi o convento mais rico de Portugal. A população do convento era riquíssima, pois as moças entravam com um dote grande.

Achei legal a seguinte colocação: "A questão é que a vida desestruturou-se completamente. O encargo diário de fazer comida é muito forte e tira o prazer. Agora, tanto o homem quanto a mulher, voltaram a gostar de cozinhar nos fins de semana, nos dias de folga, nas festas com amigos. Durante a semana, ninguém mais vai almoçar em casa, tem que comer em qualquer lugar, rápido. As pessoas não têm tempo de ficar sentadas duas horas à mesa. E no jantar chegam cansados, os filhos chegam, um as sete e outro às nove, o outro come à hora que quer. É um processo natural e não vale a pena pensarmos em voltar à antiga. É o que está acontecendo e, quando isto acontece, as pessoas o fazem com mais prazer".

Não deixem de ler:
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/com-acucar-e-afeto-brasileiros
http://www.mardevinho.com.br/colunas/alfredo-saramago
http://www.revistaviverbrasil.com.br/157/materias/01/tradicao/doces-sabores-de-portugal/
 
Depois vou selecionar umas receitas para vocês!