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terça-feira, 30 de junho de 2015

Açúcar de Gilberto Freyre





Editado pela primeira vez em 1939, quando “açúcar” ainda era  “assucar”, esta obra do sociólogo Gilberto Freyre, remete o leitor às origens das receitas dos mais tradicionais doces e bolos feitos pelas mucamas de todo o Nordeste, para servir as sinhás das casas-grandes e dos sobrados.

Letícia Cavalcante, autora dos livros "História dos Sabores Pernambucanos" e "Gilberto Freyre e as aventuras do paladar", participou de palestras na Fliporto de Paraty sobre o livro " Acúcar" e extraindo do livro informações quanto às contribuições para culinária das sinhás portuguesas, das negras e das índias.


Palestra e degustação: "Saberes e Sabores da Civilização do Açucar" - Gilberto Freyre Neto, Maria Lectícia e César Santos (Restaurante Oficina do Sabor - Pernambuco) - Dia 07/08/2010 - Casa Jornal do Brasil na Fli2010. Parte 2 de 7.



Palestra e degustação: "Saberes e Sabores da Civilização do Açucar" - Gilberto Freyre Neto, Maria Letícia e César Santos (Restaurante Oficina do Sabor - Pernambuco) - Dia 07/08/2010 - Casa Jornal do Brasil na Flip 2010. Parte 3 de 7.



O doce tem lugar de destaque na culinária nordestina e traz referências do passado e do presente, frutos de heranças culturais diversas – portuguesa, hispânica, africana, ameríndia. A história nos mostra que a presença de doces é marcante na alimentação do brasileiro. Nos engenhos, as prendadas senhoras da casa-grande trouxeram de Portugal uma vasta experiência no preparo dessas guloseimas, muitas originárias das cozinhas dos conventos, que passaram a compor a doçaria tradicional portuguesa. Na terra colonizada, foram feitas adaptações ou acréscimos em suas receitas com os ingredientes locais disponíveis, sem comprometer o sabor.

Gilberto Freyre (1987, p. 57) no seu livro Açúcar, afirma: “a marmelada, o caju e a goiabada tornaram-se desde os tempos coloniais, os grandes doces das casa-grandes. A banana assada ou frita com canela, uma das sobremesas mais estimadas das casas patriarcais, ao lado do mel de engenho com farinha de mandioca, com cará, com macaxeira; ao lado do sabongo [doce de coco com o mel de engenho] e do doce de coco verde e, mais tarde, do doce com queijo – combinação tão saborosamente brasileira”.

Ao lado dos doces, o Nordeste brasileiro é área por excelência dos bolos, principalmente dos bolos autorais, de receita especial de família. A exemplo deste, encontramos o Souza Leão que ganhou valor de patrimônio regional e mesmo nacional.

Segundo pesquisadores, o Bolo Souza Leão entrou na história da culinária pernambucana por intermédio de Dona Rita de Cássia Souza Leão Bezerra Cavalcanti, esposa do coronel Agostinho Bezerra da Silva Cavalcanti, proprietário do engenho São Bartolomeu, povoado de Muribeca, município de Jaboatão dos Guararapes. De Dona Rita, renomada quituteira da época, tem-se conhecimento de que muitas de suas receitas ficaram famosas, como a do Bolo São Bartolomeu e o Bolo Souza Leão. Alguns ingredientes do Souza Leão, originalmente europeus, foram substituídos: o trigo pela massa de mandioca e a manteiga francesa, por manteiga feita na cozinha do engenho. O sucesso ficou garantido até a atualidade e é considerado o mais aristocrático bolo nordestino. Inclusive, na tradição de servir o bolo, existe a obrigação de utilizar pratos de porcelana ou de cristal. Provavelmente, esta exigência deva-se a importância dos Souza Leão, que o batizaram. Conta-se, também, que ele foi servido ao imperador Dom Pedro II e sua esposa, Tereza Cristina, quando de passagem por Pernambuco, no ano de 1859.

Atualmente, é tarefa difícil identificar a receita original, que se atribuiu a Dona Rita de Cássia. Freyre (1987, p. 77), confirma: “Consegui várias receitas desse manjar, mas todas se contradizem, a ponto de me fazerem duvidar da existência de um bolo Sousa Leão orotodoxo [verdadeiro]. Consegui-as quase como quem violasse segredos maçônicos”. Os descendentes da família Souza Leão são provenientes de onze engenhos de Pernambuco. Com o passar dos anos, a receita original foi sofrendo pequenas variações nos ingredientes, e cada ramificação da família afirma ser sua a receita verdadeira. Deixando à parte essa disputa, a verdade é que qualquer que seja a versão apresentada, o bolo é sempre bom, cremoso, lembrando um pudim, e quem o degusta, nunca o esquece. 

O Bolo Souza Leão Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado de Pernambuco desde 2008, sendo considerado a primeira receita legitimamente pernambucana. Também são considerados Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco, o bolo de rolo e a cartola.

         A seguir, uma das receitas do tradicional bolo Souza Leão:








Bolo Souza Leão

Ingredientes:
- 18 gemas;
- 6 xícaras de leite de coco puro;
- 1 kg de açúcar;
- 1 kg de massa de mandioca;
- 2 colheres de sopa de manteiga;
- Sal a gosto.
Preparo:
- Com açúcar, faça uma calda em ponto de fio;
- Junte a manteiga e depois as gemas;
- Acrescente a massa lavada, espremida e peneirada. E, por fim, leite de coco e sal a gosto;
- Passe toda a mistura em peneira muito fina, várias vezes;
- Coloque em fôrma untada com manteiga e forrada com papel impermeável, também untado. Asse em forno regular.

  
Fontes:
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar./index.php?option=com_content&view=article&id=488%3Abolo-souza-leao&catid=37%3Aletra-b&Itemid=1
http://www.caruaru360graus.com.br/portal/noticias/5122
http://infograficos.estadao.com.br/public/paladar/receitas-paladar-cozinha-do-brasil/bolo-souza-leao.html
         







sábado, 27 de junho de 2015

Moda e Cotidiano da Civilização do Açúcar - 110 anos Gilberto Freyre - Fliporto Paraty

Palestra "Moda e Cotidiano da Civilização do Açúcar" exibida por Raul Lody na Casa Jornal do Brasil na 8ª edição da FLIP (Paraty, 6 de agosto de 2010). 

DIA 06 - RAUL LODY-PARTE 01.flv



DIA 06 - RAUL LODY-PARTE 02.flv




DIA 06 - RAUL LODY-PARTE 03.flv



DIA 06 - RAUL LODY-PARTE 04.flv



DIA 06 - RAUL LODY-PARTE 05.flv

Ofício das Baianas de Acarajé


As baianas de acarajé são símbolo da cidade de Salvador. O bolinho de origem africana, acarajé, é feito de feijão fradinho, cebola e sal, frito no azeite de dendê, e cujo nome, no idioma ioruba, significaria ‘comer fogo’: ‘acará’ (fogo) e ‘ajeum’ (comer). O preparo é importante no Candomblé, visto que é considerado comida de Iansã e Xangô. Segundo a tradição da religião, deve ser feito pelas mulheres da casa. O ofício de Baiana de Acarajé, assim como o tabuleiro e toda indumentária e vestimenta utilizados por estas mulheres, foi tombado como patrimônio imaterial do Brasil pelo IPHAN no ano de 2004.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) registrou o ‘ofício das baianas de acarajé’ como ‘patrimônio cultural brasileiro’, inscrito no Livro dos saberes do patrimônio imaterial. Esse registro deriva de ações dessa instituição, com base em políticas públicas, e sobretudo da atuação das próprias ‘baianas’.

Os bens materiais são tombados, enquanto os bens imateriais são registrados pelo Iphan (Decreto 3.551, de 4 de agosto de 2000). No primeiro caso, a expectativa é preservar as características materiais, expressas, em geral, por monumentos, construções arquitetônicas, obras artísticas.

No caso dos bens imateriais, é proposto o registro dos aspectos culturais ou simbólicos que envolvem uma ‘manifestação cultural’. O Iphan registrou, por exemplo, o jongo no Sudeste, o frevo, a roda de capoeira e outros. O registro, além do reconhecimento do valor cultural de uma manifestação popular específica, se propõe a acompanhar as transformações que esta sofreu ou venha a sofrer ao longo do tempo.
Na ‘certidão’ do registro, lê-se que o acarajé é originário do golfo de Benin, na África, e que seu comércio teve início ainda no período colonial. O documento explica que é considerado uma comida sagrada, utilizado em rituais do candomblé, nos quais é ofertado aos orixás, principalmente a Iansã e a Xangô. 
O principal objetivo do registro do ofício das baianas de acarajé como um patrimônio cultural foi o reconhecimento do valor simbólico de tal atividade. Esse valor estaria vinculado ao modo de fazer o acarajé, às roupas usadas pelas ‘baianas’, à etnicidade e, principalmente, às religiões afro-brasileiras. Aquele ‘ofício’ aparece, assim, como o representante de um legado étnico e religioso.

Antropólogo Raul Lody fala sobre o acarajé:




Ofício das Baianas de Acarajé ( parte 1 e 2) - vídeo da Fundação Palmares produzido para apoiar o Iphan no  processo de registro do acarajé







Fontes:

http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2012/299/patrimonio-comida-e-dadiva

http://www.poisze.net/chb/meses/oficio-da-baiana-do-acaraje-e-tombado-pelo-iphan/

domingo, 21 de junho de 2015

Bolo de carne

Essa semana testei a receita de bolo de carne moída. Tirei a receita do bolo do seguinte endereço: http://mdemulher.abril.com.br/receitas/anamaria/bolo-de-carne-moida. Achei bem saudável porque leva aveia no bolo e ainda acrescentei cenoura raladinha e tomate picadinho. O recheio foi queijo “muçarela” picadinho.
Obs: Caso não saibam esta é a grafia correta de muçarela!!

O bolo de carne básico é assim:

Ingredientes:

. 600 g de carne moída 
. 1 cebola média bem picada 
. ½ colher (sopa) de sal 
. 1 ovo 
. 3 colheres (sopa) de cheiro-verde picado 
. 4 colheres (sopa) de farinha de aveia
A forma de enrolar aprendi no vídeo a seguir:



Depois foi só assar no forno. Fiz um molhinho de tomate com manjericão para acompanhar a carne.

sábado, 13 de junho de 2015

Cozinhando com palavras


"TV Cozinhando com Palavras" é um Canal do Youtube que mostra palestras que fizeram parte da Bienal do Livro São Paulo. 

Assisti palestras com Breno Lerner e achei superdivertida e crítica a forma de discutir a origem da comida brasileira e as contribuições dos negros, portugueses, índios, mouros, judeus, ...

 Posto aqui os links para quem quiser se deliciar com as conversas.










Descobri também que ele é o escritor do livro "O ganso marisco e outros papos de cozinha", que reúne crônicas publicadas em sua coluna em jornais e revistas (Editora Melhoramentos). Já incluído na minha lista de desejos!!!

Beijos

Descobertas no Youtube

Estou, por necessidades médicas, de molho em casa. Confesso que não cheguei a achar ruim! Tenho tanto que quero ler ou ver que ...  Pois é!

Uma das descobertas prazerosas que já fiz, foi o Canal "Comida de Cinema" no youtube. Os vídeos são elaborados com receitas de grandes filmes. A apresentadora adapta as receitas e a forma de fazer. São vídeos de 6 a 7 minutos "deliciosos" de assistir. As roupas da apresentadora e até a música transportam o expectador para filme.  Muito bom.

Vou postar um para vocês conhecerem: O filme é a Festa de Babbete, de 1989, A história se passa na Dinamarca, Século XIX, onde duas irmão ajudam uma parisiense refugiada e esta, após ganhar na loteria, resolve oferecer um jantar as irmãs e seus amigos em comemoração ao centenário do rigoroso pastor da comunidade, já morto e que era o pai das irmãs.

O cardápio do jantar tem sopa de tartaruga, caviar, codornas, bons vinhos e frutas frescas e todos terminam extasiados. A grande descoberta é que Babette trabalhava como Chef na França e gastou todo o dinheiro nesse prazeroso jantar.

Em "Comida de Cinema", ela ensina a fazer as codornas assadas em uma cama de massa folhada.




Fica a dica do canal do Youtube e, é claro, do maravilhoso filme!!!

Beijos

terça-feira, 21 de abril de 2015

O papel da mulher

Adorei este documentário. Inteligente e questionador mostra, para nós mulheres, os "porquês" de comportamentos que nem sabemos!!

"O programa instiga as posições de liderança ou submissão das mulheres nas manifestações religiosas, o cultivo das divindades femininas e a perspectiva das religiões matriarcais. Tudo isso, observando como os diferentes credos religiosos e suas instituições acompanham a necessidade de progressivo reconhecimento de igualdade entre homens e mulheres nos dias atuais."


http://tvbrasil.ebc.com.br/entreoceueaterra/episodio/o-papel-da-mulher

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Miscigenação no Brasil - parte 1


Casa-Grande e Senzala - Imagem da Palavra - Parte 1






"Quanto à maior crueldade das senhoras que dos senhores, no tratamento dos escravos, é fato geralmente observado nas sociedades escravocratas. Confirmam-no os nossos cronistas. Os viajantes, o folclore, a tradição oral. Não são dois nem três, porém muitos os casos de crueldade de senhoras de engenho contra escravos inermes. Sinhá-moças que mandavam arrancar os olhos de mucamas bonitas e trazê-los à presença do marido, à hora da sobremesa, dentro da compoteira de doce e boiando em sangue ainda fresco. Baronesas já de idade que por ciúme ou despeito mandavam vender mulatinhas de quinze anos a velhos libertinos. Outras que espatifavam o salto de botina nas dentaduras de escravas; ou mandavam-lhes cortar os peitos, arrancar as unhas, queimar a cara ou as orelhas. (FREYRE, 1970: 362)."

Miscigenação do Brasil - parte 2





Casa-Grande e Senzala - Imagem da Palavra - Parte 2

“O ambiente em que começou a vida brasileira foi de quase intoxicação sexual. O europeu saltava em terra escorregando em índia nua; os próprios padres da Companhia precisavam descer com cuidado, senão atolavam o pé em carne. Muitos clérigos, dos outros, deixaram-se contaminar pela devassidão. As mulheres eram as primeiras a se entregarem aos brancos, as mais ardentes indo esfregar-se nas pernas desses que supunham deuses. Davam-se ao europeu por um pente ou um caco de espelho”.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

COMIDA DE SANTO

Tive a oportunidade de conhecer um restaurante que a Chef de cozinha é uma iabassê (denominação para as cozinheiras responsáveis ​​pela comida dos orixás). 


O Restaurante Altar fica em Santo Amaro, bairro no centro da cidade do Recife. O restaurante de aparência simples tem como principal diferencial a comida excelente, bem brasileira e de forte influência africana. A galinha de cabidela, com certeza, foi a mais gostosa que já comi. 


A singularidade da comida da Chef Carmem Virgínia já foi objeto de diversas reportagens, bem como do programa da GNT - Diário do Olivier. Pode se assistir o vídeo pelo youtube.

DIÁRIO DO OLIVIER - COMIDA DE SANTO (PARTE 01)




https://www.youtube.com/watch?v=CwATQWlGW8k





Segue links com reportagens sobre o assunto:

http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cultura/boa-mesa/noticia/2014/05/30/o-delicioso-altar-de-dona-carmem-129672.php

http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/suplementos/boa-mesa/noticia/2013/01/18/a-cozinha-abencoada-de-carmem-virginia-70352.php


http://www.old.diariodepernambuco.com.br/gastronomia/2011/3007/receitas.shtml

http://revistachampagnenews.blogspot.com.br/2012/08/dna-carmen-virginia-santos-uma-yabasse.html

Durante a visita, adquiri um livro muito interessante publicado pelo SENAC com trechos escritos pela Chef, onde são apresentadas as receitas das comidas e as histórias dos Orixás. Em breve farei  um "post" sobre ele.




O Casamento entre o Amor e o Sexo (O cuidado é feminino ) -- Mary Del Pr...

Mary del Priore - Pgm II - "Sexualidade e Erotismo na História do Brasil"

Mary Del Priore - Pgm I - "Sexualidade e Erotismo na História do Brasil"

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Grude de goma ou Malcasado de goma.

Adoro este bolo com café!!! Na última ida ao sítio da família, minha tia de 74 anos fez este bolo no fogão a lenha. A casa estava cheia de gente, de crianças barulhando e de adolescentes reclamando. Uma alegria só. Junto com café, muita chuva e boa prosa, o bolo se transformou no ponto alto da diversão. Foi uma tarde delícia!

Procurando pela receita, achei este vídeo bem legal no Globo Rural:
http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-rural/v/aprenda-a-fazer-o-grude-de-goma/2743396/

Descobri neste vídeo que também é chamado " Malcasado de goma". Ah! Comidas e seus nomes curiosos!

Ai vai a receita:

1 colher de chá de açúcar
1 colher de chá de sal
200 ml de leite de coco
1/2 kg de goma de mandioca fresca
1 coco seco fresco ralado
Misture todos os ingrediente e amasse com as mãos até misturar bem. Fica meio ralinho. Coloque em forma untada e forno médio e pré-aquecido por meia hora.O bolo fica branquinho mesmo.

Agora é preparar um cafezinho fresco e botar a prosa em dia!

AH! Faltou a foto, mas na próxima farra no sítio lembrarei de tirar!


quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Afro-Livre: 8 de dezembro - Dia de Iemanjá!

Afro-Livre: 8 de dezembro - Dia de Iemanjá!: Saravá. "Ê Iemanjá, Rainha das Águas, Sereia do Mar" (ponto cantado de Iemanjá) Dia 8 de dezembro é o dia de saudar e levar homenagens p...

domingo, 13 de novembro de 2011


Adorei esta idéia!!!! Uma guirlanda colorida e com muita luzes para o natal!!!