Casa-Grande e Senzala - Imagem da Palavra - Parte 1
"Quanto à maior crueldade das
senhoras que dos senhores, no tratamento dos escravos, é fato geralmente
observado nas sociedades escravocratas. Confirmam-no os nossos cronistas. Os
viajantes, o folclore, a tradição oral. Não são dois nem três, porém muitos os
casos de crueldade de senhoras de engenho contra escravos inermes. Sinhá-moças
que mandavam arrancar os olhos de mucamas bonitas e trazê-los à presença do
marido, à hora da sobremesa, dentro da compoteira de doce e boiando em sangue
ainda fresco. Baronesas já de idade que por ciúme ou despeito mandavam vender
mulatinhas de quinze anos a velhos libertinos. Outras que espatifavam o salto
de botina nas dentaduras de escravas; ou mandavam-lhes cortar os peitos,
arrancar as unhas, queimar a cara ou as orelhas. (FREYRE, 1970: 362)."
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