Tapioca é uma
iguaria tipicamente brasileira, de origem indígena, feita com a fécula extraída
da mandioca, também conhecida como: goma da tapioca, goma seca, povilho e
polvilho doce. Esta, ao ser espalhada em uma chapa ou frigideira aquecida,
coagula-se e vira um tipo de panqueca ou crepe seco. O recheio
varia, mas o mais tradicional é feito com coco ou queijo coalho. É um
quitute muito comum no Nordeste e Norte do Brasil.
Nas primeiras
décadas pós-descobrimento, viajantes estrangeiros já registravam a existência
dos beijus, preparados pelos índios com a goma da mandioca. Segundo a
antropóloga Paula Pinto e Silva, autora do livro Farinha, feijão e
carne-seca – Um tripé culinário no Brasil colonial (Senac-SP), tais bolos
redondos, regados com mel, eram consumidos logo pela manhã e ao longo do
dia. Adotado pelas senhoras portuguesas por sua semelhança com o já
conhecido filhó e pela falta de pão de trigo que acompanhasse as refeições, o
beiju saiu das aldeias e entrou nos alpendres e nas varandas, alargando as
possibilidades do paladar europeu.
E como é extraída a goma da mandioca? O processo de
extração desse elemento é bem simples. Primeiro, a raiz (previamente
descascada) é ralada e espremida, dela extraindo-se um líquido leitoso. Em
seguida, esse líquido é colocado para descansar em um recipiente. No fundo
dele, após algumas horas, vai se depositar uma espécie de massa, que se separa
da água, por completo: essa massa é a goma da mandioca. Deve-se, então,
escorrer a água e colocá-la ao sol para secar. Quando ela estiver seca, deve-se
esfarelá-la com as mãos e passá-la em uma peneira, para que se transforme em um
pó branco e fino.
Em alguns pontos turísticos como o Alto da Sé, na cidade de Olinda, em Pernambuco, pode-se degustar uma saborosa tapioca, feita na hora, produto que é considerado um patrimônio imaterial cultural da região. Na Sé, essa tradição teve início com uma senhora chamada dona Conceição, na década de 1970, que, para se sustentar, tornou-se tapioqueira. Nessa época, em plena ditadura militar, o local era considerado um dos pontos de agitação da contracultura, e Olinda representava o foco da resistência cultural. As tapiocas eram vendidas a estudantes, intelectuais, políticos e artistas populares e eruditos, que lá promoviam concertos e teatro de vanguarda. Com o crescimento do turismo em Olinda, atraído principalmente pelo carnaval, as tapioqueiras se multiplicaram, na cidade que é patrimônio cultural da humanidade. Hoje, elas estão até organizadas em uma Associação.
A tapioca (2006), a Confraria de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos (2005), e o Quilombo Urbano da Nação Xambá (2007) são bens imateriais registrados pelo Conselho de Preservação dos Sítios Históricos de Olinda.
Receita
de Tapioca de Coco
Ingredientes: 500 gramas de Goma de mandioca
e 250 gramas de Coco ralado fresco.
Modo de preparo
1.
O modo mais fácil é comprar a goma de mandioca
refrigerada já pronta, peneirá-la e assá-la.
2.
Passe a goma de tapioca pela peneira, acrescentando
um pouco de sal.
3.
Aqueça uma frigideira antiaderente de 20 cm de
diâmetro, espalhe a goma (aproximadamente 2 1/2 colheres de sopa), modele a
tapioca como uma panqueca no fundo da frigideira.
4.
Assim que desgrudar do fundo da frigideira, vire-a
por alguns segundos, recheie com 2 colheres de sopa de coco ralado e dobre,
vire do outro do após uns segundos, está pronta a tapioca.
5.
Basicamente a massa tem que secar na frigideira,
não fritar. Não deixe escurecer nem endurecer a tapioca.
6.
Sirva a tapioca de coco e deliciem-se.
Pode ser acrescentado 2 fatias de queijo coalho ao coco ou fazer só de queijo sem o coco.
Obs: para conseguir uma tapioca bem leve,
peneire bem a massa e na hora de colocar na frigideira ponha a quantidade
suficiente para cobrir o fundo, sem ficar espessa.
FONTES:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tapioca
http://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Comida/Reportagens/Comida/noticia/2014/07/historia-da-tapioca.html
http://www.gulosoesaudavel.com.br/2011/06/27/tapioca-de-coco/
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=183:tapioca&catid=54:letra-t&Itemid=1
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar./index.php?option=com_content&view=article&id=808%3Apatrimonio-imaterial-de-pernambuco-1&catid=50%3Aletra-p&Itemid=1
http://www.matraqueando.com.br/olinda-patrimonio-historico-e-cultural
Livro
- Farinha,
feijão e carne-seca – Um tripé culinário no Brasil colonial (Senac-SP) de Paula Pinto e
Silva.
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