sábado, 27 de junho de 2015

Bens Imateriais em Olinda - Tapioca


Tapioca é uma iguaria tipicamente brasileira, de origem indígena, feita com a fécula extraída da mandioca, também conhecida como: goma da tapioca, goma seca, povilho e polvilho doce. Esta, ao ser espalhada em uma chapa ou frigideira aquecida, coagula-se e vira um tipo de panqueca ou crepe seco. O recheio varia, mas o mais tradicional é feito com coco ou queijo coalho. É um quitute muito comum no Nordeste e Norte do Brasil.

Nas primeiras décadas pós-descobrimento, viajantes estrangeiros já registravam a existência dos beijus, preparados pelos índios com a goma da mandioca. Segundo a antropóloga Paula Pinto e Silva, autora do livro Farinha, feijão e carne-seca – Um tripé culinário no Brasil colonial (Senac-SP), tais bolos redondos, regados com mel, eram consumidos logo pela manhã e ao longo do dia. Adotado pelas senhoras portuguesas por sua semelhança com o já conhecido filhó e pela falta de pão de trigo que acompanhasse as refeições, o beiju saiu das aldeias e entrou nos alpendres e nas varandas, alargando as possibilidades do paladar europeu.

E como é extraída a goma da mandioca? O processo de extração desse elemento é bem simples. Primeiro, a raiz (previamente descascada) é ralada e espremida, dela extraindo-se um líquido leitoso. Em seguida, esse líquido é colocado para descansar em um recipiente. No fundo dele, após algumas horas, vai se depositar uma espécie de massa, que se separa da água, por completo: essa massa é a goma da mandioca. Deve-se, então, escorrer a água e colocá-la ao sol para secar. Quando ela estiver seca, deve-se esfarelá-la com as mãos e passá-la em uma peneira, para que se transforme em um pó branco e fino.
Em alguns pontos turísticos como o Alto da Sé, na cidade de Olinda, em Pernambuco, pode-se degustar uma saborosa tapioca, feita na hora, produto que é considerado um patrimônio imaterial cultural da região. Na Sé, essa tradição teve início com uma senhora chamada dona Conceição, na década de 1970, que, para se sustentar, tornou-se tapioqueira. Nessa época, em plena ditadura militar, o local era considerado um dos pontos de agitação da contracultura, e Olinda representava o foco da resistência cultural. As tapiocas eram vendidas a estudantes, intelectuais, políticos e artistas populares e eruditos, que lá promoviam concertos e teatro de vanguarda. Com o crescimento do turismo em Olinda, atraído principalmente pelo carnaval, as tapioqueiras se multiplicaram, na cidade que é patrimônio cultural da humanidade. Hoje, elas estão até organizadas em uma Associação.
A  tapioca (2006), a Confraria de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos (2005), e o Quilombo Urbano da Nação Xambá (2007) são bens imateriais registrados pelo Conselho de Preservação dos Sítios Históricos de Olinda.

Receita de Tapioca de Coco
Ingredientes: 500 gramas de Goma de mandioca e 250 gramas de Coco ralado fresco. 
Modo de preparo
1.      O modo mais fácil é comprar a goma de mandioca refrigerada já pronta, peneirá-la e assá-la.
2.      Passe a goma de tapioca pela peneira, acrescentando um pouco de sal.
3.      Aqueça uma frigideira antiaderente de 20 cm de diâmetro, espalhe a goma (aproximadamente 2 1/2 colheres de sopa), modele a tapioca como uma panqueca no fundo da frigideira.
4.      Assim que desgrudar do fundo da frigideira, vire-a por alguns segundos, recheie com 2 colheres de sopa de coco ralado e dobre, vire do outro do após uns segundos, está pronta a tapioca.
5.      Basicamente a massa tem que secar na frigideira, não fritar. Não deixe escurecer nem endurecer a tapioca.
6.      Sirva a tapioca de coco e deliciem-se.
Pode ser acrescentado 2 fatias de queijo coalho ao coco ou fazer só de queijo sem o coco. 
Obs: para conseguir uma tapioca bem leve, peneire bem a massa e na hora de colocar na frigideira ponha a quantidade suficiente para cobrir o fundo, sem ficar espessa.




FONTES:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Tapioca
http://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Comida/Reportagens/Comida/noticia/2014/07/historia-da-tapioca.html
http://www.gulosoesaudavel.com.br/2011/06/27/tapioca-de-coco/
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=183:tapioca&catid=54:letra-t&Itemid=1
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar./index.php?option=com_content&view=article&id=808%3Apatrimonio-imaterial-de-pernambuco-1&catid=50%3Aletra-p&Itemid=1
http://www.matraqueando.com.br/olinda-patrimonio-historico-e-cultural

Livro - Farinha, feijão e carne-seca – Um tripé culinário no Brasil colonial (Senac-SP) de Paula Pinto e Silva.

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